28.6.15

Spoiler profissional: As vantagens de ser invisível

Padeço de um mal chamado sono precoce, e por isso acabei por não ver este filme como tinha planeado...num cinema ao ar livre à luz da lua e aragem das folhas...que acontece à vários anos no verão, na Quinta das Conchas (Lumiar), o CineConchas, mas o que interessa é que vi e ainda bem.

É um filme que envolve adolescentes...mau maria...americanos, cruz credo...sim tinha tudo para correr mal, para ser pior só um filme de acção, mas com estudantes americanos onde não faltassem explosões e saltos de comboios em movimento ou de pontes em chamas, mas em que o clímax fosse a parte em que jogam rugby uns rapazitos encorpados mas não sem antes termos direito a elegantes acrobacias de meninas loiras de pompons em riste, quais lanças envenenadas, más como as cobras que fazem a vida negra à rapariga que veio da provincía, para lá do cu de judas (Jorge Jesus), porque os pais se divorciaram, mas que vai ficar com o loiro de olhos azuis mais fulgurante da película, e que por isso vai ser feliz para sempre e tomar ao pequeno almoço muitas coisinhas boas para sempre também.


Bem, As Vantagens de ser Invisível é um filme em que as personagens são adolescentes, com problemas de adolescentes, mas para além disso são seres humanos fruto para o bem e para o mal do tempo que já viveram antes do presente.

O filme aborda o lado da barricada onde estão os diferentes, o que na adolescência muitas vezes remete para aqueles que não são das diversas maiorias porque calharam ter o azar de pensar pelas suas próprias cabeças, porque questionam as coisas, porque geralmente tem mais do que interesses fúteis e que dado isto são designados no minímo por esquisitos, isto se de resto se até tiverem sorte, porque a partir de "esquisito" a criatividade malévola dos normais é o limite.

O filme é bonito, é sensível e ao que parece também é mais um retrato sobre a selvajaria praticada em muitas escolas americanas, onde o segregacionismo parece ser a regra e a empatia entre grupos tem tendência a ser reduzida. Isto é uma generalização, as generalizações pecam sempre, e são injustas mas as maiorias existem e as minorias também.

Vale a pena ver.



19.6.15

Amigas que têm blogues

SAÍDINHA DA CASCA

Recomendo pelas soluções efectivamente pragmáticas e pelo bom humor.

Depois não digam que não tenho aqui coisas úteis!

http://saidinhadacasca.blogspot.pt/





Cedi, perdi o orgulho e fiz as pazes. Com o meu dia de anos.

Foi no ano passado, o ano em que fiz 25 anos, que coloquei fim a um ódio de estimação que tinha contra um objecto que não merecia do todo a minha abnegação.

O dia dos nossos anos é um dia benigno, embora tenha vida própria não é por isso que deixa de ser aquilo que decidamos fazer dele.

Tal como temos a obrigação pessoal de nos domarmos e de domarmos a nossa vida, não nos podemos esquivar a responsabilidades no que à comemoração (ou não) do dia em que nascemos diz respeito.

Não devemos ficar à espera de nada dos outros, essa é uma premissa para se viver bem, embora devamos dar tudo aquilo que traga sorrisos sempre, é uma minha crença pessoal. Sendo que não esperar nada no dia do nosso aniversário, nomeadamente coisas muito especiais é meio caminho andado para tudo correr bem ou quiçá muito bem.

A questão é que todos, ou grande parte de nós, eu inclusive, cometemos um erro no que diz respeito ao aniversário dos outros, desejamos que seja um dia super feliz, perfeito, à sua altura, inesquecível e com isto colocamos muita pressão nas coisas, fazemos com que as expectativas sejam demasiado elevadas, e expectar é sempre perigoso.

E depois não é perfeito, e depois há quem se tenha esquecido, depois há a prenda que não tinha nada a ver e que nos desilude, depois há as coisas falsas, os desejos ocos, as surpresas de que ninguém se lembrou.

E depois uma pessoa está sensível e da-se-lhe para odiar o dia de anos, porque não faz sentido, porque é parvo, porque em vez de trazer alegria traz tristeza.

O que é certo é que fiz as pazes com o meu dia de anos. Ter 25 anos tem de servir para alguma coisa para quem nem tem ressacas para curar.
Já não quero que seja perfeito, nem super feliz, nem especial, nem com surpresas, nem com prendas, pode ser isso tudo mas a questão é que não tem de ser e não há problema nenhum com isso.
De resto ainda bem que o perfeito não existe.

O dia de anos justifica juntarem-se os amigos, família amiga incluída, porque embora todos precisemos de solidão também precisamos de companhia, de boa companhia.

Este ano vou fazer uma festa em minha casa, porq ue os 26 trazem coisas destas. Não me revejo nas outras pessoas que sei terem 26 anos, revejo-me mais nas que tem 10 e às vezes nas que tem 70, mas ainda heide chegar a bom porto.

Feliz aniversário para mim e para todos do mundo que fazem anos! Mas não tem que ser super feliz! ;)








8.6.15

Olá, sou eu e o meu Corpo de Verão é de Inverno.


Olá o meu nome é Verão e quando nasço sou para todos.

Sou para quem gosta de calor e para quem não gosta. Sou para quem se notam os ossos, que até faz impressão e para quem tem a barriga saliente, ou ossos largos, altura pequena, pernas magras, celulite nas nádegas, hemorroidas ou calos nos pés, sou para quem tem o peito pequeno, médio ou grande.

Quando nasço brilho de cima para toda a gente, sou de todos, dos que estão na praia a queimar, dos que estão no jardim à sombra, dos que estão num escritório com o ar condicionado ligado.
Brilho ainda do alto para os que vão nos autocarros velhos de leque em risque ou para os que andam na rua pela confusão antes de me esconder na noite.

O meu nome é verão e o teu corpo de inverno, de primavera ou de outono serve para mim não te preocupes, desde que tenhas cuidado com os diabetes e o colesterol por mim está tudo bem, és bem-vinda e bem-vindo, simplesmente desfruta.





Frugalidade não é vergonha

- Dividir uma folha de papel absorvente ou guardanapo ao meio dá para impar duas bocas

- As embalagens de plástico onde vêm por exemplo os cereais são óptimas para levar a merenda,
e assim poupasse no papel de alumínio ou similar

-  Os pensos higiénicos mais baratuxos são óptimos para os últimos dias da menstruação

- Almoçar brócolos com batata doce é tão comida como outra coisa qualquer

- A utilização de um par lavado de meias todos os dias é coisa para ser excesso de zelo em pés com tendência para o bom cheiro

- As toalhas de plástico estão para o século XXI como a máquina de lavar está para o século XX

- beber do mesmo copo que o respectivo conjugue permite poupar água...

- controlar os impulsos e só comprar nos saldos é método para constituir fortunas

- comprar em segunda mão é sinal de inteligência

- investir num salazar (espátula de rapar tachos) às vezes garante mais um prato de sopa inteiro ou mais uma fatia de bolo

- usar o forno para aquecer uma covete individual de empadão como recomendava na embalagem do supermercado é o mesmo que mandar uma moeda grandita pela sanita

- ter uma caneca de vidro no trabalho não dá milhões, mas evita uns milhões de copos de plástico de andarem para ai a conspurcar isto tudo

- existe papa que se faz com água

- comprar prendas com dois meses de antecedência é oferecermos uma prenda de calma a nós próprios, principalmente se forem de natal e se não tivermos muito dinheiro para gastar

- refeições sem carne e sem peixe também são almoços e jantares








4.6.15

#Somostodoshipocritas ou sobre como nos sabem bem os caracóis e se varre o resto para debaixo do tapete



Como carne. Bifes de lombo, mas a maioria das vezes uma febritas de porco, como frango, frito, assado, estufado, cozido na canja, como bifinhos de peru, que a carne branca faz melhor, como codornizes, faz-me mais confusão confesso, mas fecho os olhos que sabe tão bem...não gosto é de coelhos, porque a Matilde me morreu nas mãos.

Como caracóis, só nunca como lagosta porque não tenho dinheiro. De resto gosto muito muito de animais.

Por exemplo adoro gatinhos, derreto-me com caezinhos, acho os coelhinhos lindos, morro de amores por ratinhos, hamsters, chinchilas. Sou grande fã de pássaros, Acho as vacas muito bonitas e fotogénicas. Os porquinhos muito queridos, as galinhas muito engraçadas, os caracóis muito bucólicos.

Não como gatos aqui porque aqui por acaso não se comem gatos. Sou hipócrita e mais do que hipócrita sou fraca.

Se tivesse de matar um animal com as minhas mãos arranjava alternativa. Sei alguma coisa, nem perto de metade, sobre os malefícios do consumo de carne e dos seus derivados. Também sei alguma coisa sobre os enormes prejuízos associados à produção de carne para este sitiozinho em que vivemos, não é portugal, é a terra, e que achamos ter aos nosso pés, mas que já esteve mais longe de se abrir toda num buraco e fechar em morte.

Sou hipócrita e sou fraca, continuo a comer a vaca e o porco que sofrem, a galinha que nunca devia ter nascido, os caracóis que preferiam de certeza morrer ao sol.

Sou fraca e sou hipócrita mas percebo o mérito de pessoas que são menos fracas e hipócritas do que eu (porque de resto a hipocrisia está para o homem como a morte está para a existencia de deus, são indissociáveis, daí se não somos hipócritas pelo que comemos temos 1001 coisas por onde o ser).

Vou continuar a comer caracóis, porque sou fraca, hipócrita e reles, assim é a maioria, mas fico contente por haver gente que se importa e de resto sei que um dia nos vamos importar todos.

Bem se calhar não nós, esperamos nós num impeto optimista que a ansiedade dá cabo do estomago mas os filhos dos filhos que quiça vamos colocar no mundo se calhar não vão ter outra alternativa que não seja importar-se. 

Achamos que mandamos nisto, mas basta uma rabanada de vento, uma onda maior, um dia de muito calor, um tremor grande e já não comemos mais caracóis, mas antes disso se calhar já a poluição nos causou um cancro e nos matou, ou então mataram-nos os anos a comer merda.

Sou hipócrita e sou fraca, mas pelo menos sei que o sou.




Já agora ide para o caralho com as alfaces, (que de grelos também vive o homem!) só pode ser usado como piada, mas estranhamente há quem arremesse como argumento...e deu deus um polegar oponível a quem nasceu acéfalo.