16.12.14

O sexo vende, o sexo dá leituras a posts ;) e muito muito muito mais

https://www.youtube.com/watch?v=aRV-2_Un-kk

Coco Mademoiselle: The Film - CHANEL



Alguns dos meus leitores já devem saber que os perfumes não vão à minha festa de anos porque são caros e não sendo um bem imprescindível vivo bem sem eles, mas aquilo com que vivia ainda melhor sem, era sem os anúncios aos mesmos.
Muitos desses leitores concerteza já não me podem ver nem banhada de ouro, Mas atenção este blog é de nicho, citando o nosso querido Fernando Pessoa
"Não me peguem no braço! 
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. 
Já disse que sou sozinho! 
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia! " de resto todos nós somos um microclima, tipo micro nicho, tipo micro pessoas que todas juntas fazem o micro universo com a mania que somos importantes ou então com a mania que somos um saco de lixo, nenhuma mania é boa.

Prosseguindo, se tenho ideias sobre como arranjar outras qualidades para compor a publicidade a perfumes que não sejam sexo, glamour à la Luís xvi, sexo, pureza, perfeição, sexo, riqueza, sexo...Não não tenho. De resto acho que já era tempo de fazerem menos publicidade e assim baixarem os valores exorbitantes com margens de lucro obscenas, ah pois é, e recordemos-nos o que falta na nossa mala chique dos 300 é o que está no bolso roto de uns quantos.

Enfim deparei-me na net com um anúncio da chanel, aquele do link ali em cima, e achei tudo muito normal até à parte em que a câmara fez um grande plano do rabiosque pequenito da Keira...e pensei é lá! e pára o baile pá!, mas que falta de classe é esta Chanel! havia alguma necessidade deste pormenor tão pobrezinho/vulgar? era mesmo preciso para repararmos que a Keira é uma mulher independente, sofisticada, elegante que cheira a Chanel?

Chanel vou-vos dizer uma coisa o rabo é uma coisa muito bonita, mas não é chique, é de onde vêm as fezes e onde se fazem brincadeira marotas e ainda uma parte muito importante do corpo que torna o sentar muito mais confortável. O rabo é sexual mas não é glamoroso...para a próxima já sabem e não vão cometer o mesmo erro de quase desnudar o rabo à moça, quase como quem faz uma aproximação à cara para mostrar os poros com pontos negros, blhac que maravilha!

Bem o resto do video enfim, sem comentários.
Bem sei que devem haver milhentas coisas do género já produzidas à face da terra, mas calhou ver este e achei que merecia ser alvo da minha embirrância.

Bem um dia falo sobre o estado da musica pop do ponto de vista de alguém, eu, que embora não seja um pintelho de púdica acha que cada coisa deve estar no seu lugar e que a sexualização dessa forma de expressão só é necessária quando à falta de talento, aka trabalho/esforço, e quando isso falta o melhor é estarmos quietinhos.

Agora prometo que vou fazer tréguas com o mal que há no mundo, no meu ponto de vista, e a maior parte das coisas vejo lá do fundo, e vou escrever posts positivos que acho que já ando a ser maçadora. Se alguém concordar faça o favor de não se pronunciar! ;)


12.12.14

O consumo, o consumismo e o Natal Oh!Oh!Oh!



Eu consumo, tu consomes, ele consome, nós consumimos, eles consomem. Tudo a toda a hora, por querer ou porque tem de ser, porque é preciso, porque isso é viver?

Existe uma diferença, aliás várias, entre consumo e consumismo e uma maior entre consumirmos e sermos consumidos.

Quando consumo estou a fazer juz ás minhas necessidades, que são mais ou menos extensas quando mais ou menos me tenho deixado consumir.

Quando sou consumida, estou a ser manipulada, rebaixada, tomada de ponta, ridicularizada, estigmatizada. Sinto-me consumida quando me dizem que a minha pele podia estar mais brilhante, os cabelos mais sedosos, não devia ter celulite, há cremes muito bons, devia estar bronzeada, devia ir de férias para o brasil, devia beber bebidas alcoólicas, devia querer estar mais informada, devia comprar uma nova almofada. devia beber mais leite, podia ficar mais magra, devia fazer mais bolos.

O que é certo eu sei é que o consumo dá emprego, o consumismo dá ainda mais, muito dele desumano, o consumo permite que o mundo continue o mesmo, o consumismo vai levar o mundo à devastação. O consumo dá dinheiro, o consumismo faz bilionários. O consumo faz parte da vida, o consumismo suga-nos a existência, o consumo mantem-nos vivos, que comer e ir ao médico também é consumir, o consumismo está a enublar-nos a visão, a razão, o coração. O consumo faz parte, o consumismo está a transformar-nos outra vez em selvagens.

Uma coisa é certa, tanto o consumo quanto o consumismo cansam. Há muitas coisas, muita diversidade, muita criatividade e isso é bom, há muitas coisas, muita diversidade, muita criatividade e isso é mau.

Da minha parte um dos métodos que coloquei em prática para me sentir menos oprimida pela mais de metade do mundo que quer que eu seja consumista, foi ignorar alguns dos seus meios de comunicação, mais do que ignorar, fazer por lhes sentir repulsa também, sendo que entre muitas industrias uma das que me causa maior irritação é a da beleza.

Outro dia dei por mim a pensar, espera lá, então mas os homens, grande parte, não usam creme absolutamente nenhum, nem na cara, nem no pescoço, nem nos braços, nem nas mãos, nem nas pernas, nem nas nádegas, nem nas cutículas e estão tão bem, com uma pele de aspecto hidratado, com umas rugas que dão gosto...como é isto? 

Se tivesse nascido homem o mais provável era nunca me assolar o espírito o facto de em 25 anos só ter posto creme nas pernas meia dúzia de vezes, coisa que já me fez questionar sobre se era uma mulher a sério...ao que parece mulheres de m grande preocupam-se com o estado da derme.

A propósito, tenho pelos nas pernas. Será que sou um homem e não sei?!

Bem é Natal, querem consumir-nos até às entranhas. É Natal e nós queremos demonstrar afecto, agradar, surpreender, ajudar com algo que faça falta. É Natal mas os cordeirinhos são comidos pelos lobos. É Natal e embora muita coisa vá mal nesta bola que já só é colorida nas mãos de uma criança, por muito complexo e complicado que isto seja, é assim que vivemos, é assim que calhámos viver.

Não temos culpa, foi a história, a evolução, a inteligência que nos fez isto...Seremos sempre e desde sempre vítimas do dia específico em que nascemos, num local certo, à hora da jornada.











11.12.14

Ainda existe quem se dê ao respeito.

O facebook, bendito seja! está sempre cá para nos tirar da santa ignorância e hoje deu-me a conhecer a história de um apresentador de televisão que processou o estado português, Para quem não sabe está aqui a dita.

Manuel Luís Goucha é um homem de meia idade, homossexual, elegante, culto, divertido, profissionalmente capaz, entre outras qualidades e defeitos, com auto-estima e por acréscimo respeito por ele próprio e embora não lhe gabe o emprego que tem há muitos anos num programa de televisão corriqueiro num canal que já viu muito melhores dias.

Como profissional há quem goste ou quem não goste pelas mais diversas razões, como pessoa merece ser tratado com imparcialidade na justiça no que diz respeito à sua orientação sexual, roupa que veste e modo de agir, características justamente ligadas a essa orientação, que é um directo que lhe assiste e que não deve ser alvo de observações num contexto judicial.

Porque de resto a questão que levou à justiça nem foi sobre uma ofensa directa ao direito a ter a orientação que lhe aprouver, mas o facto de pejorativamente terem sugerido que era um profissional de televisão do sexo feminino, uma apresentadora, na eleição justamente de melhor apresentadora do ano, eleição que de resto ganhou e isso ofendeu-o, o que é absolutamente legítimo, eu sou uma mulher e não gostaria que me viessem dizer que sou mas é um homem, porque a minha roupa é larga e sóbria e porque tenho trejeitos masculinos. (não é o caso mas podia ser).

Isto resumiu-se a uma brincadeira de um programa de brincadeiras, nada de novo, nada que não se faça a toda a hora, mas não é por se estar a brincar com alguém que esse alguém não tem o direito de se sentir ofendido.

Porém ser homossexual embora lhe transpareça no estilo, como transparece a heterossexualidade nos heteros, não é uma qualidade nem um defeito, é uma realidade, tal como ter olhos castanhos e o cabelo grisalho.

Ser homossexual não faz com que deva aceitar ser alvo de gracinhas homofóbicas, ser homossexual não é pôr-se a jeito de ser gozado.

O que a juíza que tomou conta do caso que o Goucha levou á justiça achou, foi basicamente que ele só tinha tido o que merecia, porque quem atiça as brasas pode queimar-se, ou seja quem se coloca a jeito,  não tem nada de se queixar quando considera que foi desrespeitado, porque é culpado, veste roupas coloridas e quem veste roupas coloridas pode ser considerado uma "apresentadora". Caso encerrado, ninguém vai ser punido, podem continuar a gozar com o Goucha à vontade e a dizer que ele é uma pessoa do género feminino.

Há juízas e juízes que também devem achar que mulheres vitimas de violências doméstica, não têm direito a processar os agressores pelas ofensas feitas, afinal deixaram ou não deixaram queimar a merda do jantar? afinal sorriram ou não sorriram ao padeiro? afinal de contas o Porto perdeu ou não perdeu? Não, não são só os benfiquistas que batem nas mulheres.

O que é triste nesta história não é a história em si, até porque aconteceu com uma pessoa com estofo para lidar com ela e para lhe dar a visibilidade mediática que ela de facto precisava, triste é perceber que não há inibição, neste caso teria sido muito prudente, de se ser nitidamente preconceituoso e de se tomarem decisões com base em preconceitos, deixando impunes mesmo quem a brincar é certo atentou contra a dignidade de uma pessoa.

Dado isto, quantos não sofrerão injustiças à mão da justiça, não tendo capacidade de resposta, nem judicial, muitas vezes nem psicológica ou de conhecimento no fundo para compreender o que lhes estão a fazer.

Os preconceitos só são saudáveis ao longe, à noite numa rua escura, em que todos os gatos são pardos. Os preconceitos ajudam-nos a sentir mais seguros porque nos levaram a trocar de passeio e mudar de rua quando se viu alguém ao longe. Ao perto devem repudiar-se os preconceitos e procurar a verdade que cada um encerra em si.

Um homossexual é mais do que uma pessoa que tem sexo com pessoas do mesmo sexo, um cigano é mais do que uma pessoa que rouba na loja do chinês ou que nunca roubo na vida mas achamos que é impossível, um gordo é mais do que uma pessoa que come muitos doces, uma pessoa luso-africana é mais do que alguém que vive na Amadora mas que também pode viver em Cascais, quem sabe.

Não sei se me expliquei muito bem, mas começo a perceber que independentemente de nos explicarmos melhor ou pior, cada um vai entender como quiser.
Hoje vinha a pensar numa coisa...é possível agradar a gregos e troianos? Não é, respondi a mim própria, vou tentar deixar de inconscientemente o querer...mas o inconsciente é um osso duro de roer.






5.12.14

O facebook e os egos esfomeados que comem de boca aberta!

john holcroft

Não tinha planeado este post, mas esta premente ilustração, uma no meio de outras igualmente incisivas, daquelas em que o dedo toca na ferida, de um mesmo ilustrador, fez com que quisesse vir para aqui dar os meus pareceres sobre esta rede social que é transversal neste bola globalizada.

Bem o facebook é o que as pessoas fazem dele, para o bem e para o mal. Não passa de um meio, com vários meios e vários fins. A sua génese é a de uma toalha branca bem cheirosa estendida ao sol, ou uma tábula rasa pronta a ser preenchida.

Bem o facebook pode ser utilizado como ferramenta de comunicação, de actualização, de contacto com o que se produz no mundo. apresenta uma maneira latentemente gratuita, após se darem um trocos a esses garimpeiros das telecomunicações, de falar com pessoas, combinar coisas, perguntar se está tudo bem e marcar a próxima ida ao café.

Bem o facebook permite-nos expressar opiniões, partilhar gostos, passar conteúdos que achemos contundentes.

Enfim esta é a utilização benigna do facebook, vicia na mesma, é uma ferramenta da procrastinação, mas tem coisas boas, várias.

Mas o facebook tem tal como tudo à face da terra, duas faces, a maligna é a aquela em que nos servimos dele para engordarmos o porco do ego, esse bicho rosadinho que quer é comer não interessa bem o quê, nem de que maneira, faça chuva ou faça sol o que interessa é chafurdar na lama com alegria ou vitimização, impaciência ou a fazer jooging.

E partilha-se tudo, tudo, tudo, menos um kilo de arroz e o livro que compramos para a foto da mesa de cabeceira com o candeeiro aceso para dar aquele ar vintage ficar mais equilibrada.

E mostra-se o rabinho, o focinho, faz-se um biquinho, mostra-se o almoço, o jantar, a seia, a amiga a vomitar.

Mostra-se o cãozinho, o gatinho, o namoradinho, o sapatinho, o vestidinho, o diabo a 4, o cabelo afoito.

Mostra-se a toda a hora. que nada fique por contar, que nada fique por mostrar, que nada fique por gostar.

E agora um bocadinho de água na fervura toda a gente se mostra pontualmente, de uma maneira ou de outra, toda a gente precisa pontualmente que lhe afaguem o ego, faz parte de ser pessoa.

Mas o problema de mostrar muito, muitas vezes, muita coisa, é como o de comer muitos doces, faz mal, naturalmente aos próprios, mas também aos outros, aos que o fazem também e aos que não o fazem mas ficam a ver.

A vida não é um desfile de vaidades em Veneza, felizmente é mais do que isso. Fazer a vida depender da suposta aprovação dos outros, que muitas vezes não passa de desaprovação, inveja, ressabiamento, competição, mais tarde ou mais cedo vai causar dano. Fazer a vida depender de ser mostrada para se considerar vivida, faz com que se viva com menos intensidade a realidade.

De resto também percebo que depois de se entrar na trama é difícil sair, de resto também há muitas formas equilibradas e positivas de nos mostrarmos ao mundo, fazer render o peixe... O que me entristece é que a forma harmoniosa de existir fora da realidade, e dentro desse meandro virtual, não esteja de todo em maioria. Evoluimos muito ao longo de muitos séculos, humanísticamente falando, somos ainda bárbaros, mas muitissímo menos do que já fomos, mas estamos a regredir ao mesmo tempo que evoluímos, sempre fomos fúteis mas talvés nunca o tenhamos sido tanto.

Em modo de conclusão e de resto ninguém vale por ter um rabo jeitoso, uns lábios carnudos, umas pernas bem torneadas, um cão sumptuoso, um gato de marca. Ninguém vale pela comida que ontem comeu no restaurante da moda e que hoje já está digerido e foi pelo cano.
Ninguém vale por ter a designação de doutor e vestir um fato durante a semana.
Ninguém vale por ir de férias para um sitio paradisíaco tirar fotos dos presuntos e dos pés sem calos.
Ninguém vale pelo que parece, alguém vale pelo que é. E o que se é é invisível aos olhos.

O mal não está no facebook, não é ele o vilão da nossa história social, os piores inimigos que podemos ter geralmente somos nós próprios.


4.12.14

Constatações? ou um post sem conteúdo

Pois é, venho escrever sobre me apetecer faze-lo, isto é, justamente escrever, quando não dá e não ter nenhum tema latente quando tempo já há.

Pois é vou no metro e ah! que grande epopeia se formulou de meandros nublados no meu espírito ensonado. Apanho o autocarro e o meu desejo é de escrever até à exaustão num insurgimento deseducado sobre a falta de educação.

De seguida apetece-me escrever no registo de bater no ceguinho até este voltar a ver.

Mais tarde o que queria mesmo era desabafar, chorar por um teclado, sei lá, mas a vida é mais do que chorar pelo leito derramado.

Enfim é hora do almoço e estou um bocado entediada, pensei em ir escrever mas vai-se a ver a não saiu nada.

Até logo, ou até amanhã.

Já sei vou escrever sobre o Natal! Vou voltar a dizer parvoíces, não me levem a mal! (isto foi claramente só para rimar, perceberam não foi? Eu NUNCA digo parvoíces! Digo coisas tontas por linhas direitas.