28.9.14

Rubrica: Spoiler profissional?_Trainspotting


Mark "Rent-boy" Renton: [narrating] Choose Life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol, and dental insurance. Choose fixed interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisurewear and matching luggage. Choose a three-piece suit on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who the fuck you are on Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing, spirit-crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pissing your last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourselves. Choose your future. Choose life... But why would I want to do a thing like that? I chose not to choose life. I chose somethin' else. And the reasons? There are no reasons. Who needs reasons when you've got heroin?
Bem esta introdução nilista é provavelmente melhor do que qualquer coisa que possa escrever, de qualquer forma não faz mal, o que importa é tentar.

O tema do filme: pessoas que num fatídico dia escolheram um tipo de vida dos mais difíceis de a certa altura renunciar, felizmente pouco, apesar de demasiado comum, uma vida que tal como todas as outras representa uma prisão, com um tipo de encarceramento que tal como em todas as outras formas de vidas foi escolhido, foi abraçado, tornando-se no lugar seguro, aquele onde se considera ter controle.

As drogas representam a fuga pelo prazer, a destruição pelo prazer, a inexistência de qualquer outra coisa, porque se vendeu a alma a esse vilão diabólico, comprando-se coisas quase que imateriais que arranjam caras junto dos anjos demoniacos. Prazer este que quando impossibilitado produz muito provavelmente um dos tipos mais atrozes de sofrimento.

Porém apenas a 1ª experiência com drogas como a heroína, aqui neste filme a droga dura retratada, consuma uma escolha, portanto a escolha da fuga pelo prazer físico como único fim da vida, resulta de um caminhar sem respostas pela vida onde se percorreram caminhos onde foram havendo bifurcações e onde num ponto se escolheu uma estrada com muito poucas saídas, onde se anda por meio de um nevoeiro cerrado.

No filme vamos apreendendo aquilo que consuma a existência de seres humanos comandados pela heroína, que heróica os deixa cidrados, ao protagonista e aos seus amigos possíveis.
Vamos percebendo o encadeamento das circunstâncias das suas vidas, muito pouco flexível, muito monótono, muito apenas liderado por uma única coisa.

Temos às tantas oportunidade de assistir à luta contra o vício. Directamente proporcional no que diz respeito à sua dificuldade, face ao prazer proporcionado pelo dito. Ou seja uma droga como a heroína representa o binómio mais antagónico de prazer/dor.

Temos também acesso a algumas das possibilidades macabras de acontecimentos em contextos dominados pela droga. Em que as maiores vitimas nunca puderam escolher o que quer que fosse, em que aqueles que tinham força para resistir à voz doce e extasiante da sereia podem ser os primeiros a morrer envenenados porque estavam no lugar errado à hora errada numa circunstância menos pacífica das suas vidas.

O filme é bom, é visualmente bonito, é cativante, é angustiante, é até aterrorizante às tantas, a vulnerabilidade do ser humano nunca deixa de ser chocante por sermos todos um. Põe em causa a vida ao mesmo tempo que mostra o que é não viver, o que é ser escravo de uma só coisa. E isto se é para viver na escravidão que seja com diversidade.

Sobre o nome, que deixa muita gente a pensar.

Trainspotting ou "ver passar comboios" é um hobbie que existe, que tem nomeadamente livros associados, onde os comboios em circulação estão listados e o objectivo é ve-los. De cada vez que se vê um assinala-se no livro e segue-se para o proximo. Esta actividade torna-se desafiante porque algumas composições são difíceis de localizar.

E o que trainspotting, o hobbie,  tem a ver com o filme homônimo? Bem, o filme trata de alguns jovens bastante envolvidos com as drogas e o mundo das drogas, sendo que as suas vidas se resumem a isso. Como diz Irvine Welsh, o autor do livro no qual se baseou o filme: “Trainspotting é uma atividade fútil. Exatamente como é o uso de drogas.”

Para além disso “matar o tempo vendo comboios passarem” é uma actividade a que os viciados em heroína na Escócia se dedicam enquanto estão sobre efeitos de estupefacientes.

Ficar a ver comboios passarem também pode ser tomado como a atitude passiva de quem permanece impávido enquanto a vida passa, toma novas direcções, segue diferentes destinos.




Trainspotting (1996)

  -  Drama  -  19 July 1996 (USA)
8.2
Your rating:
  -/10 
Ratings: 8.2/10 from 369,593 users   Metascore: 83/100 
Reviews: 490 user | 129 critic | 27 from Metacritic.com
Renton, deeply immersed in the Edinburgh drug scene, tries to clean up and get out, despite the allure of the drugs and influence of friends.

Director:

 

Writers:

  (novel),  (screenplay)

Fontes:
http://www.teclasap.com.br/trainspotting-o-significado-e-muito-mais/

http://www.cinereporter.com.br/criticas/trainspotting/


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